segunda-feira

A Arquitectura Grega


Introdução

Vamos recuar até ao tempo onde uma civilização que encarou a arte de um modo muito importante.

Iremos verificar através de várias obras de arte que nos são apresentadas e que provocam uma grande sensação, pois estas foram criadas seguindo determinadas regras que permitiram tornar uma civilização, uma das mais consagradas civilizações clássicas.

As artes plásticas gregas tornaram-se reconhecidas pelo enorme carácter daqueles que as criaram e através delas se evidenciaram as qualidades do povo que as inaugurou. Este povo baseou-se na clareza, no nacionalismo, no sentido de harmonia e na proporção.

A Antiguidade Clássica Grega identificava-se em três períodos: o Período Arcaico (pré-arcaico e arcaico), onde sobressai o esforço pelo compreensível; o Período Clássico (clássico severo e clássico de ouro), na qual existia o sentido de superação da matéria; e finalmente o Período Helenístico, que se caracterizava pelo poder da observação, do gosto pelo concreto, pelo individual e pelo singular.

A Arquitectura Grega

"A Arquitectura era para os gregos a ciência do número, do ritmo e da harmonia."

A Arquitectura grega foi um dos aspectos mais importantes da civilização grega, devido aos seus magníficos monumentos arquitectónicos provocarem grande admiração perante os olhos daqueles que os observaram, e mostrarem o grande controlo que os gregos tinham sobre si mesmos, revelados nas suas obras através da perfeição, do equilíbrio e da harmonia.


Quadro Cronológico


  • Período pré-arcaico: 1200 a 700 a.C.
  • Período Arcaico: 700 a 480 a.C.
  • Período Clássico Severo: 480 a 450 a.C.
  • Período Clássico de Ouro: 450 a 323 a.C.
  • Período Helenístico: 323 à Época Cristã.

Evolução da Arquitectura

A arquitectura, ao longo dos tempos foi sofrendo uma grande evolução.

No período pré-arcaico a arquitectura designa-se como iniciante, devido ao facto das construções serem realizadas a madeira e adobe, e mostrarem-se com uma estrutura muito simples.

No período Arcaico as construções cumeçaram a ser feitas em pedra, foi então que se cumeçou a notar uma pequena evolução nos materiais e técnicas.

No período clássico a arquitectura inclinou-se para a comunidade e revelou-se uma verdadeira ciência na construção de templos e outros monumentos arquitectónicos. Realizou-se a construção da obra mais conhecida do tempo da Antiguidade Clássica, o Parténon e, também, da Acrópole de Atenas, outra das obras consagradas como os colossos da arte grega.

Foi quando finalmente, no período helenístico identificou-se uma passagem da ordem dórica para a coríntia e as grandes estátuas revelaram-se como enormes empreendimentos arquitectónicos.

A Arquitectura Religiosa

A Arquitectura religiosa Grega, apesar de adquirir essa designação, ao contrário da arte egípcia não está dependente da religião. Não edifica túmulos, templos e santuários com finalidade religiosa e divina. Pois, o cidadão com responsabilidades pessoais, procura a explicação das questões e dos factos, segundo e de acordo com a razão.

A Evolução dos Templos

Os templos existentes na civilização grega possuem um papel de extrema importância, dado serem eles que permitem a existência de uma ligação entre a sociedade e a religião.

Primeiramente surgiu o mégaron pré-helénico, constituído, unicamente por uma cela e casa com vestíbulo; de seguida, o mégaron ln Antis, no qual as paredes avançam até à linha das colunas; posteriormente temos o templo Próstilo, o templo Anfipróstilo, onde verificamos a existência de colunas na parte frontal e traseira do templo; temos ainda o templo Períptero Hexastilo, constituído por seis colunas na parte da frente laterais e de trás do templo, e, por fim, o templo Períptero Octastilo, no qual existem oito colunas (no lugar das seis colunas do templo anterior).

A constituição dos Templos

Relativamente à constituição dos templos gregos, podemos dividir em duas partes, a parte interior e a exterior.

A parte interior do templo era constituída por pronaus ou seja, um pórtico sustentado por colunas; seguido da cela ou naus onde se encontrava situada a estátua divina, e, finalmente, a existência de um pórtico posterior, designado de ophistodomos. Todos estes locais eram envoltos por uma colunata, denominada perestilo.

A parte exterior do templo era constituída por uma base ou envasamento, designada por uma plataforma num nível superior, à qual era atribuída a função de nivelamento do terreno; seguida de uma vasta superfície de colunas, denominadas como elementos de suporte que se apresentavam com a forma monolítica ou eram constituídas por segmentos ou tambores. Num templo tinham o papel de limitação do perestilo e sustentação do tecto; e, por fim, o entablamento, ou seja, o elemento de remate que era sustentado (formado pela arquitrave), pelo frontão e tecto, de duas águas e coberto por telhas de barro.

As Ordens

A Ordem Dórica

A ordem dórica, a mais antiga das existentes na arte grega, apresenta: formas geométricas, regras rígidas, uma elegância formal e um equilíbrio de proporções.

Relativamente às colunas que a constituem: mostram grandes diâmetros; são compostas por arestas vivas; não possuem qualquer tipo de base, assentando directamente no estilóbato; têm um capitel de ordem muito simples, constituído por uma gola e um coxim; contém um friso dividido em métopas, normalmente esculpidas, e triglifos. Dado não conterem qualquer tipo de decoração, com excepção da encontrada nas métopas, à coluna da ordem dórica assemelha-se a definição de masculinidade, visto possuir uma imagem robusta e maciça.

Como exemplo de monumentos característicos desta ordem temos: o tempo de Poseidon.

A Ordem Jónica

A ordem jónica percorreu uma lenta evolução desde a sua criação (séc. VI a.C.) até à sua constituição final no período clássico.

A ordem jónica é caracterizada pela existência de: uma base seguida ou não de um plinto ; tem igualmente um fuste delgado, na generalidade feito por uma só pedra, que possui mais caneluras, do que as existentes na ordem dórica; estas apresentam-se mais profundas e semicirculares, não possuem quaisquer arestas vivas e a sua ênfase mostra-se pouco notória; do mesmo modo apresenta um capitel muito característico com faces iguais duas a duas (normalmente são quatro volutas ou espirais unidas por linhas curvas); apresenta ainda uma arquitrave composta por três faixas progressivamente salientes e um friso contínuo e decorado.

O estilo jónico revela uma ligação entre o interior e o exterior do templo e entre as paredes e os suportes; nota-se igualmente a existência de colunas esbeltas, decorativas, conectadas com o símbolo feminino e apresentando-se menos rigorosas.

Temos como exemplos de templos estritamente ligados com a ordem jónica: o Templo de Atena Níké, o Tesouro de Delfos e o Parténon.

A junção da ordem dórica e da ordem jónica originou o que designamos por propileus, ou seja, a entrada monumental dos antigos edifícios gregos.

A Ordem Coríntia

A ordem coríntia nasceu através do "enriquecimento decorativo" da ordem jónica.

A ordem coríntia tem como características: a existência de uma base mais trabalhada do que as anteriores; de um fuste mais delgado do que o existente na ordem jónica; de um capitel representado na forma de sino invertido, constituído por duas filas de folhas de acanto que se encontram ainda muito estilizadas, com as pontas recurvadas para fora, encimadas por quatro pequenas volutas nos cantos; finalmente, a existência de um entablamento e de um frontão, os quais eram carregados de relíquias decorativas e precisão nos detalhes, de modo a simbolizar a ambição, a riqueza e o poder.

Os monumentos que adoptaram esta ordem foram: o Monumento Corégico de Lisícrates e o Templo de Zeus.

A Ordem Cariátide


Ligada à ordem jónica temos o surgimento de uma nova ordem, a ordem cariátide, que, inicialmente foi pouco utilizada.

Para desempenhar o papel de colunas nos templos que adoptaram esta ordem temos as esculturas de mármore das jovens de Cária (jovens que foram reduzidas à escravidão, dado o seu povo ter realizado um pacto com os Persas).

Como exemplo deste caso temos a existência do Templo de Erectéion, que simboliza a representação da graciosidade e da serenidade.

Os Santuários e os Túmulos

Os santuários apresentavam-se como locais de peregrinação e restabelecimento do corpo e da alma.
Estavam situados em síti
os privilegiados da cidade, geralmente em terrenos próprios para esse fim.

Mostravam-se de uma grande complexidade.

Os santuários eram constituídos por: colunas da ordem jónica, lojas, hemiciclos, tesouros, ginásios, teatros, estádios e oráculos; e, por umas estruturas que lhe serviam de apoio, designadas de tholos, que normalmente apresentavam a forma circular.

Os túmulos tinham a principal função de servir de base à religião. Eram considerados locais de homenagem espiritual.

Eram constituídos por: um envasamento quadrangular; uma sala circular e, por vezes, tinham um elemento auxiliar - uma pirâmide de degraus.

Conclusão

Com este trabalho ficou-se a conhecer melhor a arquitectura Grega.

Percebeu-se melhor a evolução da arquitectura ao longo dos períodos Arcaico, Clássico e Helenístico, falando sobre as suas principais características.

Aprofundou-se um pouco as Ordens – dórica, jónica, cariátide e coríntia.

Falou-se também das características dos Santuários e Túmulos.